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#Entrevista com o elenco de: Cole Porter – Ele Nunca Disse Que Me Amava

O musical ‘Cole Porter – Ele Nunca Disse Que me Amava’ estreou em 2000 para uma curta temporada, e se tornou um marco na carreira da dupla Charles Möeller & Claudio Botelho, teve dez meses de lotação esgotada no Café Teatro de Arena e ficou ao todo por quatro anos em cartaz entre diversas temporadas no Rio, São Paulo e Portugal. Com o elenco original formado por: Ada Chaseliov, Alessandra Verney, Gottsha, Inez Viana, Ivana Domenico e Stella Maria Rodrigues. 

19 anos depois o musical retornou aos palcos com 3 atrizes do elenco original, Stella Maria Rodrigues, Gottsha e Alessandra Verney, mais 3 grandes novos talentos do teatro musical, Malu Rodrigues, Bel Lima e Analu Pimenta, que completam o time de divas desse musical. O espetáculo de Charles Möeller & Claudio Botelho, apresenta a vida e obra do compositor americano Cole Porter (1891-1964) pela ótica feminina. Seis atrizes, representado mulheres importantes na vida do artista, narram sua história e revelam a personalidade dúbia e contraditória, bem como o fascínio e o repúdio que Porter causava. O espetáculo é uma celebração do talento e da genialidade de um dos maiores compositores do mundo. Repleto de picardia, bem típica da personalidade de Cole, a comédia musical extrai este fino humor da extravagância, dos bons e dos maus. 

Elenco original de ‘Cole Porter: Ele Nunca Disse que me amava’.

 Musical.Rio: Qual o sentimento de poder voltar aos palcos com ‘Cole Porter – Ele Nunca Disse Que Me Amava’ depois de 19 anos?

Gottsha – É super emocionante, até porque foi um trabalho que fizemos a 19 anos atrás que ficou muito marcado na vida e na carreira de todas nós que fizemos. Foi um musical em uma época que não tinha tantos musicais, e que atravessou fronteiras, a gente foi pra Portugal, a gente fez 3 meses por lá. Estou falando por mim e acredito que minhas colegas de cena daquela época sintam a mesma coisa, é mesmo muito emocionante poder voltar. A Stella está fazendo um outro personagem, mas eu e a Verney fazemos os mesmos personagens que fizemos a 19 anos atrás, e eu vejo como a maturidade ajuda a gente, como a gente melhora com o tempo, como a gente vê que tem uma evolução mesmo na vida, na carreira, na vida artística. Pra mim é um presente fazer novamente esse personagem.

Stella – Eu concordo com tudo que ela falou, e só acrescento que é muito interessante que a gente começou a ensaiar do zero. O Charles falou que nós estamos fazendo um outro espetáculo, é uma outra história, nós somos diferentes. Engraçado é que as vezes durante o espetáculo, me vem imagens de como era e de como está, e isso é tudo muito lúdico, é muito bom estar aqui, uma experiência sensacional.

Verney – Eu acho que foi um divisor de águas na carreira de todas nós e dos meninos, e de repente num piscar de olhos, 19 anos se passaram, passa muito rápido. E aí você pega a bagagem que você teve durante todo esse período, as pessoas que você veio a trabalhar, conviver, aprender… as quedas, as subidas, acho que tudo isso volta pro palco de uma outra forma, e o espetáculo está totalmente repaginado. Isso que a Stella falou é verdade, as vezes vem uns flashs, memórias,  no meu caso a minha personagem mudou muito, foi uma proposta que a gente teve, de mudar, pra gente ter um novo desafio e não ficar numa zona de conforto, eu acho que como artista é preciso se desafiar sempre e esse musicam me proporciona essa oportunidade.

Musical.Rio: O que mudou no espetáculo da montagem de 19 anos atrás para essa  nova montagem?

Analu – Acho que primeiro das personagens, a Stella fazia outra personagem, a Verney e a Gottsha continuaram no mesmo e acho que a maior mudança somos nós que entramos que não somos do elenco original.

Verney – Outras músicas foram remanejadas também, antes tinha uma revista musical que eram 5 musicas que era como se fosse um numero de revista e agora essas musicas estão inseridas dentro da história da peça, como é o caso de ‘I’ve Got You Under My Skin’ que foi pra Elsa, eu não cantava ‘Homens Não’ e agora canto.

Analu – O ‘Ev’ry Time We Say Goodbye’ era o meu personagem que cantava e agora é o personagem da Malu. Tudo foi realocado pra que ficasse melhor.


Malu – Também de acordo com o que a gente estava trazendo, porque quando a gente começou os ensaios, tinham umas musicas que não tinham quais personagens cantava, então eu acho que de acordo com o que a gente foi trazendo, o Charles foi mudando algumas coisas no texto. O texto é um pouco mais atual, inclusive pelo momento que a gente vive, são 6 mulheres falando sobre a vida de um homem gay e muito talentoso, então ele mudou algumas coisas no texto e também pela nossa bagagem, a Analu é diferente, eu sou completamente diferente da Stella. Eu assisti até um pedacinho da Stella fazendo, mas eu faço uma coisa completamente diferente, então acho que o Charles e o Claudio foram criando um novo Cole Porter para nós, então foi quase uma criação em conjunto, obviamente, eles são os nossos pais nesse musical, mas acho que foi tudo meio junto assim.

Stella – Linda Porter era feita por Ada Chaseliov, nossa amiga que não está mais com a gente, uma grande atriz e querida. As vezes eu ouço a voz dela, aquela gargalhada, aquele bom humor que ela tinha com a gente, então isso também é uma mudança, eu estava aqui, eu ouço o texto que eu nem lembrava mais, quando a gente começou a fazer, eu dizia: ‘como eu lembro disso?’ Está diferente, é outra coisa e a mesma coisa ao mesmo tempo.

Verney – E acho interessante falar também que as personagens estão a serviço do Cole Porter, a serviço de contar essa história. Então é um espetáculo muito coletivo, a energia da gente também tem que estar muito unificada pra poder contar a história dele da melhor forma.

Musical.Rio:Qual o sentimento de fazer parte dessa remontagem de Cole Porter Ele Nunca Disse Que Me Amava?

Analu  – Eu tenho muito orgulho de estar aqui, um orgulho profissional de estar numa peça que marcou o teatro musical, muito orgulho de estar com elas que começaram isso, que fizeram essa peça ser um sucesso e que marcaram também como atrizes a história do teatro musical. Eu tenho muito orgulho de mim, uma realização pessoal, de poder estar aqui e de estar pisando nesse palco com elas. Eu acho que podemos falar que fomos muito felizes, tanto no processo de ensaios quanto todos os dias aqui no palco.

Stella – Nós também temos muito orgulho de vocês. Daqui a 19 anos, vocês vão estar aqui e vão ter 3 novatas. 

Musical.Rio: Quais são os projetos para depois de ‘Cole Porter – Ele Nunca Disse Que Me Amava’? 

Stella – Eu estou todas as quintas no Teatro dos Quatro, Shopping da Gávea, ás 18h com o musical ‘Emilinha’. E também escrevi um musical, o ‘Quebrando as Regras – Um Tributo a Tina Tuner’ que vai estrear no Teatro Clara Nunes, dia 7 de maio, as terças e quartas.

Analu – Eu já estou em cartaz aqui junto com Cole Porter, com ‘Beatles Num Céu de Diamantes’, e a gente vai continuar essa temporada, então acho que essa é a minha próxima sequência, continuar o Beatles.

Malu – Eu vou fazer o Cole Porter em São Paulo, no Teatro Porto Seguro, nós temos uma temporada em junho, até julho. Eu estou gravando o meu Cd, já gravamos 2 músicas, buscando parcerias com gravadoras, o Roberto Menescal é um dos produtores, o Ricardo Leon que foi o meu produtor do programa Popstar também é um dos produtores, e pretendo lançar no segundo semestre e fazer muitos shows, porque eu amo música e acho que música é uma coisa muito importante na minha vida, talvez é uma coisa que eu tenha deixado de lado por conta dos musicais, mas voltei. E tenho Carrossel que é em 2020 e eu queria tentar fazer alguma novela, também.

Verney – Eu tenho 2 projetos que vão sair esse ano que é o longa que é o ‘Jovens Polacas’ e o ‘Veneza’ do Miguel Falabella que eu fiz uma participação. E paralelo a isso, eu estou sempre no teatro musical, agora eu retornei o meu trabalho de música, então eu vou fazer os lançamentos nas plataformas digitais das minhas composições, ainda esse ano, e tem umas coisinhas que ainda são segredo.

Gottsha – Agora eu vou ser uma mulher do lar, casei com um homem riquíssimo, um milionário, graças a Deus (risos), estou brincando. Mas eu vou dar um tempo de teatro musical, a principio vou fazer uma comédia com um grande amigo meu, em breve vocês me verão como atriz, comediante, que eu acho que está na hora de eu mostrar também um pouco esse lado que fica aqui, muito junto com os musicais, que a gente não consegue distinguir, fica muito junto com as músicas. Então agora eu vou dar uma parada, claro que existe também uma coisa de música, um projeto de um EP, mas ai é separado dos musicais, agora está na hora de eu mostrar um lado mais atriz meu, esses são os projetos.

Musical.Rio: Por que o público não pode perder essa última semana de Cole Porter Ele Nunca Disse Que Me Amava?

Bel  – PorqueCole Porter é festa, mas quando vocês fecham os olhos, vocês se sentem em casa. (poética)

Gottsha – Porque o musical é maravilhoso, porque é uma aula de musica boa, é uma aula de vida, de um dos maiores compositores que algumas pessoas não conhecem mas que já ouviram alguma musica no elevador, ou dentro de um dentista, numa sala de espera, e elas tem que conhecer a história desse cara, que foi um gênio, um dos maiores do mundo, e a gente está tendo essa honra, esse prazer de poder contar a história desse homem que é tão presente, que viveu até pouco tempo atrás, ele não é tão antigo assim. Então eu acho que as pessoas merecem conhecer esse trabalho, ouvir essas vozes lindas que temos aqui, dessas atrizes maravilhosas que eu chamo todas de novatas, mas eu falo, gente como elas são preparadas? Porque quando eu comecei, eu tinha a idade delas e eu me lembro que eu tinha muita insegurança, e hoje eu as vejo muito seguras sabe, eu fico até com raiva, da vontade de dar uma chinelada nelas. Mas é incrível ver como essa geração nova vem preparada pro teatro musical. Então eu acho realmente que as pessoas tem que assistir, conhecer essas meninas, reconhecer a nós que estamos a tanto tempo contando a história do teatro musical e conhecer a história de Cole Porter.

Aproveite as últimas apresentações, em breve em São Paulo.Theatro Net Rio
Rua Siqueira Campos 143, Copacabana
Até 28 de abril
Sexta 20h, sábado 21h e domingo 17h

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Duração: 100 minutos.

Fotos Espetáculo: Dan Coelho.

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