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6 Perguntas para a brilhante Sabrina Korgut

O Entrevista.Rio está de volta com uma das divas do Teatro Musical, a atriz, cantora, dançarina e muito mais: Sabrina Korgut. Eleita Melhor Atriz do ano de 2022 por voto popular pelo público do prêmio Destaques do Musical.Rio por seu papel em “Barnum: O Rei do Show”.

Sabrina é formada em Licenciatura Teatral pela UNIRIO, possui especialização em Jazz e Sapateado pela Starlight School of Dance (EUA), em seu currículo traz grandes espetáculos como: Barnum – O Rei do Show, Avenida Q, Sassaricando: e o Rio Inventou a Marchinha, As Bruxas de Eastwick, Miss Saigon, Baby, Company, Xanadu, Ópera do Malandro, Beatles num Céu de Diamantes, Chão de Estrelas, entre outros espetáculos.

Korgut e seu Certificado de Melhor Atriz de 2022

Foi indicada aos prêmios Shell e APTR pelo musical Avenida Q, Atriz Revelação da TV por “Revista Quem Acontece”, Quality Brazil por Miss Saigon, Prêmio de Teatro Contigo por Fascinante Gershwin, seu primeiro projeto independente.

Atualmente entrega todo seu talento no fascinante “Elas Brilham” em turnê pelo Brasil, que começou no Imperator Méier e esta semana atravessa a ponte para apresentações em Niterói de 10 a 12 de Março. Em seguida viaja por várias cidades do Brasil como: Belém, Fortaleza, Recife, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Campinas, Santos e Porto Alegre. Confira a entrevista:

Sabrina e Elenco do musical “Elas Brilham” Foto: Rafa Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, passando por série, novela, cinema, dublagem, musicais e shows com canções italianas e turnê mundial. Onde Sabrina Korgut ainda não chegou como artista e sonha chegar?

Realmente, pensando nessa pergunta, eu vejo que eu tive muita sorte de poder ter tido o privilégio de transitar em diferentes áreas artísticas, pegar um pouquinho de cada uma delas, experienciar, vivenciar e o quanto todas elas contribuíram e continuam contribuindo para minha formação artística, para o meu ser artístico e para o meu ser sujeito, a pessoa que eu sou. Por que todas as artes elas se complementam, né? E elas trazem benefícios, nos mostra como se deslocar nesse mundo.

E eu acho que é isso, o artista tem que ser movido a sonhos, ele tem que ser movido a projetos, eles têm que estar sempre se movimentando, porque, apesar de todas as dificuldades da profissão, eu acho que o artista tem que ser movido pelos seus ideais e objetivos, buscando ousadia, inovação, que são palavras que nos movem, que nos levam para algum lugar. Temos que continuar seguindo em frente., preferir sempre continuar caminhando. E aí, o que o universo trazer e for apresentando para mim, eu recebo como novos desafios, novas etapas. O artista tem que estar sempre preparado, sempre disposto ao novo.

Barnum: O Rei do Show
4 Faces do Amor
Fotos: Reprodução
As Bruxas de Eastwick

A Charity de ‘Barnum: O Rei do Show’ é uma mulher muito forte, e o musical ‘Elas Brilham’ o qual você está em cartaz agora, exalta muito essa força feminina. Para você, qual a importância de trabalhos com mulheres fortes em um país tão machista?

Esses dois últimos trabalhos me levaram a uma conexão direta ao feminino. A Charity Barnum, é uma personagem incrível e os seus ideais, os seus princípios pertencentes àquela época e o quanto essa mulher já tinha dentro de si a necessidade de já pensar diferente, de querer estar à frente do seu tempo. O espetáculo ‘Elas Brilham’, através desse caráter documental que o espetáculo tem de poder resgatar as conquistas, a história, a importância do protagonismo feminino ao longo da história.

Estar diretamente envolvida, poder fazer essa viagem no tempo lá pro Circo de Barnum e poder experimentar, vivenciar também esses conflitos que a personagem trazia e fazer essa viagem para o agora, esse contato direto com a atualidade, a modernidade de trazer as histórias dessas mulheres através da nossa voz, do nosso corpo, da nossa presença e também de poder promover essa conexão direta com o público e, principalmente com as mulheres.

Qual a sua personagem dos sonhos em musical?

Sempre que me perguntam qual é a sua personagem dos sonhos, eu falo que eu não tenho. Eu prefiro deixar ela chegar, porque toda a personagem como eu já falei anteriormente, ela tem um desafio, ela tem um algo que te seduz, que te que te instiga, a você querer explorar, conhecer melhor aquele universo, aquela história, quem está por trás disso, aonde você quer chegar com essa personagem. Então eu digo que eu estou sempre pronta para todas as personagens que aparecerem e eu ser um instrumento de poder dar vida a todas elas.

Korgut e André Dias em ‘Avenida Q‘. Foto: Site Moeller & Blotelho

De Marília Mendonça a Madonna, das Cantoras do Rádio até Anitta. Como está sendo esse processo de viver tantas artistas icônicas no palco e de cantar músicas de gêneros tão diferentes?

Poder passear por todos esses gêneros musicais realmente é um grande aprendizado. Porque cada gênero, cada época, você tem um modo de cantar, você tem um entendimento sobre a época. Então eu, pelo menos procuro a cada bloco, a cada gênero, realmente pensar no corpo da época, de como essa mulher se colocava, que atitude ela tinha, qual é o tom da voz. É uma delícia, é como se eu pegasse um avião e pudesse transitar, viajar, por todas as décadas, por todas essas vozes. É realmente maravilhoso.

Elenco de ‘Sassaricando – E o Rio Inventou a Marchinha Foto: Site Moeller & Blotelho

Um dos momentos mais tocantes de ‘Elas Brilham’ é o bloco da MPB onde o público sempre se emociona com os depoimentos pessoais. Na primeira temporada, logo no início você falava sobre uma escuridão imensa, mas não dava detalhes. Assistindo novamente, pudemos ver o seu relato real sobre o acidente que teve em um musical. Como é para você essa experiência de se abrir por completo para seu público?

No início eu não deixava realmente muito claro o que significava essa escuridão, eu tentava deixá-la de um modo, digamos assim, um pouco mais poético, se é possível eu dizer isso, né? Mas eu, ao longo do espetáculo, eu comecei a sentir a necessidade de falar um pouco mais sobre o que eu vivi, até porque muitas pessoas também podem passar por situações semelhantes, e eu resolvi deixar um pouco mais claro que era sim em relação ao acidente que eu sofri, que foi um momento muito difícil na minha vida, porque eu sofri um acidente fazendo aquilo que eu mais amava, não só pela gravidade que foi o acidente mas também de ter desenvolvido algum tipo de trauma, de receio, e eu tentava acionar isso durante todo o meu processo de recuperação de quase um ano de fisioterapia que eu tive que passar diariamente, para poder recuperar da sequela que ficou.

Então não foi algo fácil, o tempo inteiro acionado na minha mente de que aconteceu, que eu precisava passar por cima disso, porque a arte, essa missão, o que eu tenho e o que eu sou artisticamente, não podia deixar isso me abalar mais. Então me esforcei muito para que eu pudesse superar, resolvi deixar mais clara a história, porque muitas pessoas podem passar por situações parecidas, e eu acho que a gente tem que sempre pensar em como resolver, como passar por cima das dificuldades e o quanto que isso vai te melhorar enquanto ser humano.

Então eu entendo que é uma história sim de superação, muitas pessoas depois vêm falar comigo após um espetáculo agradecendo e dizendo sobre essa coragem de me abrir, falar sobre isso em cima de um palco de onde foi que sofri o acidente. As pessoas realmente ficam muito impressionadas, impactadas e se sentem também comovidas de alguma forma, todo abraço que eu recebo depois, o carinho e o apoio, isso é muito gratificante.

A minha intenção de falar sobre um assunto triste é dizer que sim, é possível superar, e eu superei fazendo aquilo que eu mais amava, que é estar em cima de um palco, fazendo arte.

Sabrina Korgut e seu esposo Paulo Lopes

Para finalizar, não poderíamos deixar de falar sobre o Teatro Santa Cecília, seu teatro em Petrópolis. Além de atriz e cantora, é também empresária. Como você enxerga a retomada de projetos com a volta do ministério da cultura? Sonha em levar grandes espetáculos para o público de Petrópolis?

Está aí uma coisa que talvez tivesse escondida, adormecida lá dentro de mim, e eu comecei a entender que esse sonho já existia dentro de mim, mas eu acho que precisava daquele companheirismo, daquela força e daquele sonho em comum com uma outra pessoa. Meu marido, Paulo Lopes, que tem uma vasta experiência de gestão de espaços de cultura, e depois que a gente se casou e começas a construir uma vida junto, eu pude observar o quanto ele se dedicava, o carinho e o amor que ele tinha por um espaço dedicado à cultura, e então apareceu realmente uma oportunidade. O Paulo é petropolitano e sempre namorava o Teatro Santa Cecília, que sim, estava parado, abandonado, e a gente não entendia muito bem por que um teatro tão lindo da década de 50, com tantas histórias, com tantos aplausos, suores que já passaram por ali estar fechado ao público.

Pensamos em alguma forma de contribuir para fazer esse teatro acontecer, dar a ele o que ele merece, o lugar da vida, de poder realmente promover cultura, não só para os petropolitanos mas de ser mais um espaço de cultura pensando um pouco até nessa descentralização dos polos Rio-São Paulo, de cada vez mais a gente entender que existem  outros lugares que possam também receber projetos, musicais e todas as linguagens artísticas.

Então com a nossa vasta experiência, principalmente a do Paulo, que foi diretor por 9 anos de espaços como o Imperator, Teatro Riachuelo, Teatro Prudential e Teatro Claro. Demos o match perfeito, digamos assim, unimos as experiências de duas pessoas que vivem para a cultura e o quanto a gente tem agora pra oferecer e para contribuir para uma outra cidade, para as pessoas, então nós estamos muito orgulhosos.

O Teatro Santa Cecília em breve vai passar por uma revitalização, um banho de loja, digamos assim, pra gente justamente preservar a história e seus detalhes arquitetônicos do passado e promover o diálogo com o presente para perpetuar esse legado para o futuro.

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Site de vendas da turnê Elas Brilham

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