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Com texto e direção de Inez Viana, “Mariposas Amarillas” estreia no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto

Relatos de coletividades cariocas, seus saberes e lutas por uma cidade mais justa e inclusiva, estão no cerne do espetáculo “Mariposas Amarillas“. Idealizada, escrita e dirigida por Inez Viana, a peça foi construída com a colaboração ativa do seu elenco de seis atrizes, a partir de histórias de seis coletividades no Rio de Janeiro – grupos formados por pessoas que fazem a diferença em suas comunidades e em seu entorno. A peça estreia em 29 de março no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. O projeto teve incentivo do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

O elenco é formado por Aliny Ulbricht, Carolina Virgüez, Damiana Inês, Denise Stutz, Lux Negre e Simone Mazzer, em cena acompanhadas pela violoncelista Maria Clara Valle. Guiadas pelas vivências de seis coletividades (Guardiã da Mata do Borel, Quilombo Ferreira Diniz, Aldeia Vertical, PreparaNem, Meninas da Gamboa e Cozinha Solidária), as atrizes trazem para o teatro relatos de luta, resistência, sobrevivência, luto, alegria e legado.

Para construir a dramaturgia, Inez Viana entrevistou diversas coletividades que criaram e integram estes grupos. Tia Marcia do Borel planta árvores há mais de 20 anos na Usina, região da Grande Tijuca, para deixar o local mais fresco. Foi com a ajuda das vizinhas que muitas árvores, inclusive frutíferas, foram plantadas. Na Glória, o Quilombo Ferreira Diniz abriga doze famílias, e a organização da feijoada semanal da Tia Cida trouxe uma fonte de renda para o lugar. No Estácio, a indígena Niara do Sol está à frente da Horta Dja Guata Porã, na Aldeia Vertical, onde moram 20 famílias. Na Casa Nem, na Lapa, existe o PreparaNem, um cursinho para preparar travestis, transexuais e transgêneres para o exame do ENEM. Também na Lapa, muitas mulheres voluntárias contribuem na Cozinha Solidária. São 47 unidades em todo o Brasil, que já distribuíram mais de 2,5 milhões de quentinhas. Na Gamboa, o projeto teatral Meninas da Gamboa possibilita que mulheres tenham acesso à arte.

Fotos: Rodrigo Menezes

A peça é entremeada de histórias de mulheridades latino-americanas inspiradas em histórias cariocas. “São trabalhadoras invisibilizadas, que fazem um trabalho impressionante”, diz Inez Viana. “Além das seis coletividades, acrescentei a mulher do deserto, uma personagem fictícia inspirada numa história real. São mulheres que vão ao deserto do Atacama, no Chile, catar ossinhos para tentar identificar os filhos desaparecidos na ditadura de Pinochet, que enterravam os corpos ali”.

Há, também, uma personagem do livro “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez, que ganha vida: Úrsula Iguaran, a matriarca que perpassa seis gerações é um símbolo das mulheres latino-americanas, por sua inquebrantável resistência. O nome da peça – “borboletas amarelas”, em tradução literal – é uma referência a uma passagem da obra do escritor colombiano. “São essas borboletas que vão jogando pólen, partilhando os seus saberes.  Quem sabe uma dessas histórias toca alguém da plateia e a pessoa procura saber mais sobre essas coletividades?”, espera Inez Viana.

SERVIÇO “Mariposas Amarillas”
Temporada: de 29 de março a 14 de abril de 2024
Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá)
Dias e horário: de quinta a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Duração: 90 min.
Classificação etária: 12 anos.
Informações: (21) 2535-3846 e 98587-0494
Lotação: 120 lugares.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Venda de ingressos: https://bit.ly/mariposas_amarillas ou uma hora antes do espetáculo na bilheteria do teatro.
Instagram @‌asmariposasamarillas

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